Criticado por não visitar à Bahia, que sofre com uma enorme tragédia com fortes chuvas que causaram enchentes e destruição de infraestrutura, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria desistido de qualquer aceno ao estado por considerar que o local é uma ‘batalha perdida’. A informação é da coluna de Guga Noblat, no Metrópoles. De acordo com o colunista, Bolsonaro decidiu não visitar o estado por considerar que não ganhará votos com isso, já que a Bahia é reduto eleitoral do PT, que comandou o local nos últimos 16 anos. O presidente teria dito a assessores próximos que o acompanham no litoral de Santa Catarina que “ir à Bahia é batalha perdida”, contou ao Blog do Noblat um desses auxiliares próximos, sob pedido de reserva.Bolsonaro partiu para Santa Catarina desde a segunda-feira, 27, para curtir férias de fim de ano. O presidente foi omisso em relação a tragédia da Bahia e mandou ministros ao local. Ele declarou esperar que não precisar antecipar o fim do seu recessso, previsto para o dia 4 de janeiro. A postura de Bolsonaro foi amplamente criticada nas redes sociais, principalmente por curtir e andar de jet ski enquanto um estado passa por uma grande tragédia. Com a sua ausência, a internet levou aos trendings topics do Twitter o termo #BolsonaroVagabundo. “A falta de empatia que Bolsonaro demonstra com as vítimas das tragédias provocadas pela chuva na Bahia é revoltante e chocante. Um verdadeiro líder estaria trabalhando para seu povo, a última coisa que deveria pensar era em férias num momento como esse. Postura lastimável”, escreveu a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, nesta quarta-feira, 29, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse que Bolsonaro “está se organizando” para ir à região.“O presidente esteve na região, vamos lembrar. Ele esteve na região e ele não está dizendo que não vai a Ilhéus, Itabuna. Ele não está dizendo que não vai voltar à região. O presidente levou a família lá para aquele forte onde ele fica e ele deu ordem para os ministros. Olha, se eu pudesse compartilhar as mensagens dos nossos grupos, o presidente pergunta a cada um minuto o que tá acontecendo […] O nosso presidente não descansa um minuto. A ordem foi ‘nenhum ministro vai baixar a guarda, todo mundo lá agora”, disse Damares. Segundo o último balanço divulgado pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), pelo menos 21 pessoas já morreram em decorrência das enchentes no estado. Outras 34.163 estão desabrigadas, enquanto outras 42.929 estão desalojadas. A estimativa é de que mais de 471 mil pessoas tenham sido afetadas pelas fortes chuvas nas regiões.