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Pandemia influencia áreas promissoras para empreender em 2022

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Mais de 2 milhões de novos negócios surgiram nos primeiros seis meses de 2021, de acordo com dados do Sebrae. Esse número representa um crescimento de 35% em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo um levantamento também do Sebrae, 2022 é visto como um ano de maior recuperação econômica e algumas áreas têm se mostrado boas opções para empreender.
As principais tendências para 2022 são aquelas que já vinham crescendo nos últimos dois anos, principalmente influenciadas pela pandemia da Covid-19. Entre as opções está a venda de infoprodutos, como cursos e e-books pela internet, assim como de mentorias e consultorias online. A principal vantagem desse tipo de negócio é a maior facilidade e baixo custo se comparado com produtos e espaços físicos.
Mas a gerente adjunta da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Isabel Ribeiro, orienta que essas são áreas que devem ser pensadas com alguma “complementação, uma vez que o consumidor quer uma solução mais empacotada, realmente um acompanhamento mais próximo e não somente aulas gravadas”.
Outros setores que apareceram no novo mercado com força são os de logística para comércio online, consultoria de marketing digital e clubes de assinatura. “Pensar em comunicação, informação e comercialização já não é mais possível sem considerar a internet e a conectividade. O isolamento social promoveu a aceleração na transformação digital impulsionando negócios digitais”, explica Ribeiro.
Ela contextualiza que a maioria dos novos negócios são “atividades que requerem baixos níveis de investimento. Geralmente com nível de atuação restrito a região onde estão instalados e praticamente sem passar por processos de qualificações técnicas ou gerenciais”, conta a gerente adjunta.
Isabel salienta que esse aumento de novas empresas é resultado também da crise econômica. Com a taxa de desemprego (12,6%), muitas pessoas estão tendo que criar seus próprios negócios para sustentar a família. “O que se observa é um empreendedorismo em grande parte por necessidade, não por oportunidade. E, em grande medida, ocasionado pela destruição de postos de trabalhos com carteira assinada”, explica.
Cerca de 98% das empresas no Brasil são micro e pequenas empresas (MPEs), então esses são os negócios que mais abrem no país, o que tem um impacto muito grande. “Chegamos em novembro de 2021 com um número de 19,1 milhões de MPEs, que respondem por cerca de 50% dos empregos com carteira assinada”, diz Ribeiro.
No pós-pandemia
Outras áreas tidas como tendência para o ano seguinte são aquelas que tendem a se recuperar cada vez mais no pós-pandemia. É o caso de salões de beleza e estética e de empreendimentos do varejo, como lojas de moda, de bijuterias sustentáveis, além do setor alimentício. Em todos esses casos, o importante é que o empreendedor entenda quais as especificidades do mercado que pretende entrar.
Amilton Júnior foi uma das pessoas que em 2021 decidiu abrir um negócio. A Toca é um restaurante focado no público jovem que fica localizado em Salinas da Margarida, do outro lado da Baía de Todos-os-Santos. “Eu e minha sócia percebemos que lá faltava um ambiente diferente, que além da experiência do produto em si, tivesse a experiência da interação”, conta Amilton.
Em um momento de retomada das atividades fora de casa, ter um bom espaço físico pode ser bastante vantajoso. E nesse ponto, a identidade da Toca busca ser um diferencial: “Nós visualizamos a necessidade das pessoas de saírem mais, de estarem se encontrando, a Toca surgiu muito disso, de um ambiente mais moderno, novo”, diz o empreendedor.
Segundo o levantamento do Sebrae, a principal vantagem desse setor é justamente as várias maneiras que ele pode ser explorado, seja com os diversos produtos que podem ser vendidos pelo restaurante, de açaí a salgados para festas. Além disso, é uma área em que também é possível começar aos poucos, focando primeiro em vender no próprio bairro e ir expandindo.
Por isso, se não há como ter um espaço de comercialização física, isso não é impedimento. “Durante a pandemia muita gente se reinventou, pessoas tinham outras profissões e viram uma oportunidade de abrir um delivery, e a perspectiva é de crescimento de delivery e plataformas”, explica Amilton.
E há também áreas em alta para 2022 voltadas para maiores oportunidades de investimento, como é o caso de lojas franqueadas, que vem reagindo positivamente este ano, principalmente para quem soube enxergar os nichos certos. Um desses casos foi a primeira loja da marca Lugano, de chocolates finos, na Bahia. Ela foi inaugurada no início deste mês no Shopping Vitória Boulevard. 
Junto com sua sócia, o empresário Pedro Bahia decidiu abrir a loja ainda no ano passado, quando começaram a pesquisar o mercado e conversar com diversas marcas. “Eu já vinha buscando há um tempo uma operação para investir, e a gente identificou que o chocolate aqui no Brasil está em expansão. E para trabalhar nesse segmento tem que trabalhar com parceria, com franquia”, diz.
Pedro já tinha experiência como empreendedor em outro ramo, mas fala que essa experiência nova é mais consistente. “Franquia é algo interessante, você tem que seguir a linha e normalmente tende a ter um custo de investimento maior. Então o que eu desembolso é maior do que montar algo por conta própria. Por outro lado, tem bastante apoio, e o grande lance da franquia é a marca que vem associada”, explica o empresário.
Além da pesquisa para saber como a marca acrescentaria ao seu negócio, ele conta que foi importante também ter um bom planejamento: “Pé no chão, controle, acompanhamento, tudo isso é importante. Teve a fase de desembolso e agora entra na fase de maturação do projeto. Agora a minha proposta para 2022 é de expansão mesmo, tanto é que já comprei outra loja da franquia e agora estou prospectando onde ela será”, explica Pedro.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
Fotos: Felipe Iruatã / Ag. A TARDE
Amilton e Maria brindam sociedade no  restaurante Toca