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Editorial – A virtude da prudência

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Não se trata de arte divinatória nem de palpites com base em intuições e clarividência, pois prever o futuro está ao alcance de quem verifica atentamente os fatos e exerce a prática do pensamento, como se pode certificar na alta dos casos de Covid-19, dada a arriscada semeadura, tendo por colheita obrigatória o possível aumento de internações e mortes nas próximas semanas.
É compreensível a ansiedade por retomar as atividades, mas o risco de voltar a cidadania a enfrentar o pesadelo inspira o cálculo prudencial de emergência, como propõe o prefeito Bruno Reis, a fim de dar continuidade aos cuidados necessários, devido ao cenário de incertezas com a variante ômicron e a fusão de influenza e coronavírus, nomeada flurona.
A estratégia de impor medidas restritivas, possibilidade levada em alta conta pelos gestores, deve desagradar aos afoitos, por formarem crença na precoce superação da pandemia, ou aos teimosos negacionistas, animados pela insanas narrativas de quem despreza a vida, ao recusar vacinas e negligenciar uso da máscara. 
O aumento de 270% na estatística de contágios, na primeira semana de 2022, seria o reflexo da pressa da cidadania, hesitando no acesso a informações confiáveis, ratificadas pela ciência, num contexto de ataques constantes de numerosos grupos sociais adoradores de dogmatismo, ao recusarem seguir os passos recomendados pela Organização Mundial da Saúde. 
Há uma parcela considerável da população ausente dos postos, contribuindo este segmento para a insegurança coletiva, independentemente de classe social, etnia e até escolaridade, repetindo este contingente a lengalenga de uma suposta liberdade individual, em prejuízo até de familiares e de entes queridos.
São 220 mil cidadãos sem tomar sequer a primeira dose enquanto outros 400 mil não retornaram para o reforço, contribuindo os retardatários para o temor geral do enfrentamento de novo cenário de dor e sofrimento, se a quantidade de infectados, potencialmente doentes, vier a desenvolver Covid-19.