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Empresa que contratou Moro foi paga por alvos da Lava Jato

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A empresa de administração judicial Alvarez & Marsal, que contratou o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) após sua saída do governo Bolsonaro, é investigada em um processo de conflito de interesses no contrato de Moro já que a empresa teria recebido pelo menos R$ 65,1 milhões de empresas envolvidas na operação Lava Jato.A quantia foi revelada após o ministro Bruno Dantas do Tribunal de Contas da União (TCU) derrubar o sigilo sobre o processo. O valor representa 78% de todo o faturamento que a companhia Alvarez & Marsal alega ter tido de 2013 até o ano passado.A derrubada do sigilo respondeu a um pedido feito pelo Ministério Público, no qual o MP alega ser preciso investigar o fato de Moro ter “proferido decisões judiciais e orientado condições para celebração de acordos de leniência da Odebrecht e, logo em seguida, ter ido trabalhar para a consultoria que faz a administração da recuperação judicial da mesma empresa”.No processo, A Odebrecht/Atvos é listada com pagamentos de R$ 33,2 milhões para a Alvarez & Marsal. Outras empresas envolvidas na Lava Jato como o Banco BVA (R$ 22,5 milhões), o Grupo OAS (R$ 5,8 milhões) e a Queiroz Galvão (R$ 3,3 milhões) também são listadas.Em contato com a Alvarez & Marsal, o portal UOL questionou quanto teria sido pago ao ex-juiz Sérgio Moro pela consultoria na empresa. Em nota, foi respondido que Moro foi contratado para compor uma unidade da empresa que não obteve resultados.”A Alvarez & Marsal prestou todos os esclarecimentos solicitados pelo TCU de forma tempestiva e colaborativa, sendo que o parecer técnico do TCU demonstrou não haver nenhum tipo de conflito. A nomeação e definição dos honorários de um administrador judicial são de competência exclusiva do juízo de cada processo, observadas as especificidades do processo e os parâmetros da Lei.”, informou.Em nota, Moro afirma que mesmo tendo trabalhado na Alvarez & Marsal por pouco mais de um ano, atuando na área de “disputas e investigações”, nunca prestou serviços para empresas envolvidas na Lava Jato.”Meu contrato era com a A&M disputas e investigações, e não com a parte da empresa responsável por recuperações judiciais, que tem outro CNPJ e cujas fontes de receita são diferentes. Nunca prestei nenhum tipo de trabalho para empresas envolvidas na Lava Jato. E isso foi deixado claro, a meu pedido, no contrato que assinei com a renomada consultoria norte-americana. Nos meses em que estive na empresa, trabalhei com compliance e investigação corporativa, ou seja, ajudando e orientando empresas a construir políticas para evitar e combater a corrupção. Jamais trabalhei para a Odebrecht ou dei consultoria, direta ou sequer indiretamente, a empresas investigadas na Lava Jato”, afirmou o presidenciável.