Uma reunião no dia 29 de dezembro entre o diretor-geral do Arquivo Nacional, Ricardo Borda D’Água, e servidores do órgão teve como consequência retaliações dos que fizeram alerta sobre o esvaziamento do Arquivo, principalmente a eliminação indiscriminada de documentos federais sem aprovação prévia.Dilma Cabral e Cláudia Lacombe foram destituídas, respectivamente, dos cargos de supervisora da equipe do projeto Memória da Administração Pública Brasileira e supervisora de Gestão de Documentos Digitais e Não Digitais. Além das destituições nos cargos de chefia, outros três servidores foram realocados em outras áreas do Arquivo Nacional, o que provocou reação da Associação dos Servidores do Arquivo, que cobra respostas.A preocupação dos servidores com o esvaziamento do Arquivo Nacional envolve inúmeros episódios de eliminação de documentos, a exemplo de 400 mil prontuários médicos de um hospital universitário federal que desapareceram, assim como documentos financeiros destituídos antes dos cinco anos da aprovação das contas pelo Tribunal de Contas da União, o que é contra as regras.A situação de apagamento de documentos passou a preocupar servidores a partir da assinatura do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), do Decreto 10148, em 12 de agosto de 2019, que tirou do Arquivo Nacional a responsabilidade de aprovar ou não a eliminação de documentos federais.