Representatividade e ancestralidade foram alguns dos assuntos abordados durante a primeira edição da FLILENÇÓIS – FESTA LITERÁRIA DE LENÇÓIS que aconteceu entre os dias 05 e 07 de setembro, na cidade de Lençóis, Chapada Diamantina.
A FliLençóis fortaleceu o movimento cultural e literário de Lençóis, com atividades distribuídas entre o Palco Gagum/Mercado Cultural, Flizinha, Flicine, Coreto Literário e Fli nas Escolas. Esta foi a primeira edição de um evento cultural que segue a linha das “festas e feiras literárias”, uma modalidade que tem crescido na Bahia desde a Flica, em Cachoeira-BA.
Com o tema “De Gagum a Dom Obá: 200 anos de independência de um Brasil profundo”, o evento destacou o protagonismo de mestres e mestras griôs que movimentam a cultura e a ancestralidade de Lençóis.
Gagum foi uma escritora e professora lençoense, filha de garimpeiros, que deixou como legado diversos registros em forma de poesia. Recentemente foi homenageada pela Câmara Municipal de Lençóis, dando nome ao palco do Mercado Cultural da cidade.
Dom Obá, nascido em Lençóis, segundo pesquisas, era descendente direto do poderoso Alaafin Abiodun, o último soberano a manter unido o grande reino de Oyó, na segunda metade do séc. XVIII. Dom Obá lutou na Guerra do Paraguai (1865-1870), de onde saiu oficial honorário do Exército brasileiro, além de ter sido reconhecido importante abolicionista e defensor da igualdade racial.
A realização do evento é assinada por Samira Soares, doutoranda em Literatura pela UFBA, e Lilibeth França, comunicóloga e produtora cultural graduada pela UFBA. O evento tem os apoios da Prefeitura de Lençóis, da Guanabara/Rápido Federal e da Fundação Pedro Calmon, através do patrocínio do Governo do Estado da Bahia.